As galinhas são animais sensíveis, a ponto de serem suscetíveis até a variações de temperatura. A produção avícola exige grande cuidado, principalmente quando se pensa em enfermidades, entre as quais, a bronquite infecciosa, que pode representar perdas significativas para plantéis de galinhas.
A bronquite infecciosa das galinhas é uma das doenças que mais causa prejuízos para o produtor. Alguns motivos para isso são:
- Certa deficiência imunogênica do vírus da bronquite, quando é utilizado como vacina;
- Variações antigênicas do vírus, sendo algumas tão significativas a ponto de não haver proteção cruzada com tipos de vacina normalmente utilizados;
- O vírus apresenta uma capacidade alta de se disseminar e infectar rapidamente todo o lote ou plantel.
Quais são esses reais impactos e como evitá-los? É o que vamos apresentar neste post, a partir de um panorama dessa enfermidade.
Impacto da bronquite infecciosa na avicultura
A bronquite infecciosa das aves é uma doença respiratória causada por um vírus da família Coronaviridae, específica para galinhas e galos domésticos. O nome da doença provém de um dos seus sintomas, observado quando ela foi descrita: inflamação dos brônquios.
Apesar de causar problemas respiratórios, a bronquite infecciosa também atinge o sistema reprodutivo das aves. Com isso, tende a causar problemas nesse sistema. O resultado é que as galinhas que põem ovos de consumo ou as reprodutoras têm sua produtividade afetada de forma variável, dependendo do nível imunológico do lote ou também se o vírus que está desafiando é semelhante ou diferente do agente utilizado na vacinação.
Com isso, poderá ocorrer queda variável da produção e perda (também variável) de qualidade da casca, chegando até a deformações, que prejudicam o valor do ovo para consumo ou a eclodibilidade deles. Outros impactos são:
- perda de qualidade interna dos ovos;
- prejuízos à fertilidade dos ovos;
- perda de fertilidade nos machos atingidos.
Portanto, o efeito maior da doença na avicultura industrial é o reprodutivo. Normalmente, a bronquite em si não é grave, mas sim intermediária. De modo geral, ela traz problemas quando associada a outros agentes, ou para animais em situação de imunodepressão ou de alta densidade. Nesse caso, há aumento do potencial de mortalidade.
Prejuízos no Brasil e no mundo
O acometimento da bronquite infecciosa na avicultura leva a uma perda média de 5,6 pintos por matriz alojada ou de 8 ovos por poedeira alojada.
Em caso de frangos de corte podem ocorrer perdas por mortalidade ou condenação a nível de abatedouro.
A doença ainda aumenta a chance de mortes no transporte. Isso porque a ave tem febre e sofre alterações sistêmicas importantes, como modificações fisiológicas e descompensação renal.
Ela pode afetar mais de 80% da criação por ser uma patologia endêmica. Por isso, o Banco Mundial destacou que essa é a segunda enfermidade de maior impacto econômico no mundo.
No Brasil, uma pesquisa de campo sinalizou prejuízos de 9,88 milhões de dólares em frangos de corte no Paraná e mais 1,6 milhão de dólares em galinhas reprodutoras. O grupo variante mais prevalente no Brasil é o BR, que representa 70% das detecções.
Principais sintomas e lesões da bronquite infecciosa aviária
Existe um leque grande de vírus que causam bronquite aviária. Eles têm variações detectadas por anticorpos (sorotipo) ou por técnicas moleculares. Assim, uns são mais agressivos e apresentam determinados sintomas e problemas, outros agem de maneira diversa.
Isso acontece porque o vírus da bronquite tem grandes variações na estrutura molecular. Com isso, a população de bronquite infecciosa aviária nunca é geneticamente idêntica. De toda forma, os principais sintomas clínicos são:
- estertores respiratórios;
- tosse; espirros
- insuficiência respiratória;
- dispneia;
- queda na produção de ovos
- perda da qualidade interna e externa dos ovos
- queda na eclosão
- desidratação;
- traqueia com muco, hemorrágica ou congesta;
- morte.
Se forem poucos, os sintomas desaparecem em aproximadamente 15 dias. Em casos de aves com 1-2 dias de vida, a lesão reprodutiva (Salpingite) pode se tornar permanente.
Problema da falta de tratamento
Não existe tratamento para a bronquite infecciosa da avicultura. Os medicamentos apenas ajudam nos sintomas e nas chamadas infecções secundárias, como ocorre na gripe humana, já que esse é o principal problema de mortalidade nas epidemias.
Por esse motivo, é preciso tratar para que o curso da doença seja menos grave. Isso porque o vírus abre espaço para a entrada de agentes oportunistas. Por isso, é preciso investir na prevenção.
O recomendado é apostar em práticas sanitárias, medidas de biossegurança e boa higiene. Junto a isso, é necessário adotar um programa vacinal.
Para destruir o envelope viral, é preciso fazer uma limpeza profunda com desinfetantes, detergentes e fatores naturais de inativação, como radiação solar e calor. Muitas vezes, é preciso despovoar o núcleo ou até mesmo a granja para fazer uma desinfecção adequada.
Importância das vacinas autógenas na prevenção da doença
A vacina autógena é fabricada com o agente encontrado em uma propriedade. Ela pode ser usada no lugar de origem do material, nas adjacências ou em outro local que receba animais da propriedade para qual a vacina foi fabricada.
Sua vantagem é atender a um problema causado por um agente que apresenta modificações, como o vírus da bronquite infecciosa aviária, que tem sua estrutura modificada. Nesse caso, o agente vacinal é incapaz de proteger completamente o organismo — é aqui que se torna importante a autógena.
Na bronquite, ela atende, principalmente, a urgência. No Brasil, o processo de registro de vacina é doloroso e demorado. Se o cadastro for feito como hoje, a lentidão deixa de lado a rapidez exigida.
Além disso, a variação do vírus é tão dinâmica que necessita de forma estrita ou absoluta uma vacina autógena para bronquite infecciosa. Ainda assim, é preciso tomar alguns cuidados.
Vacina viva ou inativada
Um aspecto importante para vacinas de vírus, em geral, é que aves de vida longa, de postura e reprodução — que vivem de 70 a 90 semanas —, precisam do tipo inativado, emulsionado em adjuvante oleoso. Ela é um avanço da indústria, porque acrescenta os agentes vacinais em uma suspensão líquida para fazer uma emulsão.
Nesse processo, é possível colocar partículas de água nos glóbulos de óleo. Quando os glóbulos são injetados na ave, o organismo os encapsula e cria uma reação inflamatória, que libera os agentes vacinais aos poucos e protege o animal.
Mais que isso, essas aves de vida longa precisam receber a chamada vacina viva ainda na fase em que são jovens, ou seja, no período de recria. Na maturidade sexual, por outro lado, recebem a emulsionada.
Somente dessa forma o animal estará realmente protegido da bronquite infecciosa. Como a doença exige que o sistema imunológico esteja em constante estímulo por um agente vivo, é preciso ter contato com a vacina viva uma vez na fase de recria, pelo menos, a fim de preparar a memória imunológica para o momento do modelo inativado.
O mais comum é usar duas ou três vacinas vivas. Nesse formato, o agente é atenuado. Após esse processo, a emulsionada oleosa é injetada e, com a memória do organismo, há uma imunidade mais plena e completa.
Portanto, fica claro que a bronquite infecciosa na avicultura é impedida somente pela prevenção. As vacinas são essenciais nesse processo, porque ajudam a proteger o animal e a evitar que a doença se espalhe pela granja.
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