A mastite bovina em tempo de pandemia: quais associações podemos fazer?

A pandemia da COVID-19 nos trouxe diversos conhecimentos. As informações veiculadas de forma massiva pela mídia, permitiu que a população em geral tivesse conhecimento das doenças, aspectos epidemiológicos e diversos detalhes. O vírus da COVID-19 sofreu diversas mutações desde a sua descoberta. Este agente, um vírus de RNA, passou por mutações e, estas novas cepas foram identificadas rapidamente. Atualmente, a variante Ômicron é a causadora dos quadros clínicos.

Sabemos que a adoção de medidas preventivas é essencial para minimizar a disseminação do coronavírus em humanos. Usar máscaras corretamente, lavar as mãos com frequência, utilizar álcool gel quando a lavagem não for possível, evitar tocar olhos, nariz e boca com as mãos sujas, manter distanciamento social, evitar locais com aglomerações, entre outras condutas nos protegem contra o vírus.

No entanto, apenas a adoção destas medidas não garante que não seremos infectados pelo coronavírus. Cientistas do mundo todo recomendam a vacinação como medida de proteção mais eficaz contra a infecção. Da mesma forma, apenas a vacinação sem a adoção de medidas preventivas não garante proteção total contra o vírus. O sucesso da proteção depende da associação da vacinação às medidas de prevenção.

Quando associamos o cenário COVID 19 com as rotinas de produção de leite, podemos desenvolver uma linha de raciocínio semelhante.

A mastite é a doença que tem o maior impacto econômico dos sistemas de produção de leite e, por este motivo, a mais estudada em todos os tempos.

As rotinas de limpeza e desinfecção dos tetos recomendadas pelos técnicos são eficientes para reduzir e controlar o desafio, mas não por completo. Implementar a linha de ordenha, utilizar sanitizantes pré e pós-dipping, identificar e tratar os animais doentes (mastite clínica), incluir a terapia de vaca seca, monitorar a mastite subclínica por meio da CCS individual ou CMT, segregar e descartar vacas com mastite crônica, fornecer alimentação para as vacas após as rotinas de ordenha, garantir o conforto e o bem estar dos animais entre outras medidas de manejo são aplicadas para que a contaminação da glândula mamária seja minimizada, tanto no ambiente quanto no interior da sala de ordenha.

Estas medidas são importantíssimas para a redução do desafio para a glândula mamária, mas outras medidas de gestão da imunidade dos animais são necessárias.

A redução e controle de acesso ao sistema de produção, a identificação dos riscos da presença de micotoxinas nos alimentos e a adoção da vacinação como ferramenta de proteção dos animais são indicadas, de forma semelhante ao atual cenário da COVID 19.

Os principais agentes causadores de mastite também alteram sua forma, sua estrutura e, estas alterações permitem que os casos continuem trazendo danos econômicos aos sistemas de produção.

As vacinas comerciais são indicadas por parte dos técnicos e as vacinas autógenas para mastite, desconhecidas por quase todos.

Mas, como produzir vacinas mais eficientes?

O CDC – Centro de Controle de Doenças, principal órgão de controle de doenças e monitoramento epidemiológico dos Estados Unidos reforça que “quanto mais próximo o agente utilizado na produção da vacina for com aquele causador das doenças, mais eficientes serão as vacinas”.

O que é uma vacina autógena?

Da mesma forma que a COVID-19 sofre mutações, todos os outros agentes, sejam eles virais ou bacterianos também passam pelo mesmo processo. Vários agentes causadores de mastite tiveram variantes identificadas. Klebsiella pneumoniae, Escherichia coli, Staphylococcus aureus, Streptococcus uberis, cada um deles com suas particularidades. Alguns mais patogênicos, com maior capacidade de causar doenças e outros que desenvolvem formas mais suaves.

Este é o conceito utilizado na produção das vacinas autógenas. Isolar os agentes daquele rebanho e produzir uma vacina utilizando estes isolados. Este conceito é utilizado para proteger os animais de produção desde o século passado. Com a disseminação da técnica, algumas empresas na Europa e EUA passaram a oferecer esta tecnologia também para Bovinos.

Expor os animais de forma antecipada aos agentes causadores das doenças é a melhor forma de protegê-los.

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Referências Bibliográficas:

CDC – Centro de Controle de Doenças. Disponível em: <<https://www.cdc.gov/>>. Acesso em 18/02/2022.

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