Como fazer o controle de mastite em vacas leiteiras?

Encontrar formas de prevenção e controle da mastite em vacas leiteiras tem sido um dos maiores desafios do produtor, por se tratar de uma das doenças que mais depreciam o produto final a base de leite, diminuindo seu período de prateleira, rendimento e qualidade. Para conseguir se manter no mercado o produtor deve fazer principalmente mudanças de praticas de manejo, aliadas ao uso de novas tecnologias.

Vários estudos demonstram que existem inúmeros agentes causadores dos sinais clínicos da mastite, mas nem sempre o agente que foi isolado é o principal responsável pelos sinais clínicos, devendo, então, focar naqueles mais prevalentes e mais patogênicos.

Cada agente está associado a algum tipo de mastite, que é classificada de acordo com seu grau de sinais clínicos, determinando assim sua gravidade.

Hoje encontramos várias ferramentas para fazer o levantamento de quais agentes estão presentes na fazenda, de suma importância na hora da tomada de decisão de qual será o melhor tratamento para os animais da fazenda.

Afinal, quais são os agentes causadores da mastite?

Existe uma gama de agentes causadores da mastite, que são divididos em 2 grupos:

  • Agentes Ambientais: Streptococcus dysgalactiae, S. Uberis, S. bovise, Klebsiella, Escherichia coli, Enterococcus e alumas espécies de Staphylococcus, entre outros;
  • Agentes Contagiosos: principalmente Staplylococcus aureus, Streptococcus agalactiae, Mycoplasma bovis, Corynebacterium spp.

Classificação da mastite

A mastite pode ser classificada de acordo com seus sintomas e características de disseminação:

  • GRAU 1: Alterações nos aspectos físicos do leite, com presença de grumo, mudança de textura e cor, sem grandes mudanças na produção de leite;
  • GRAU 2: Alterações nos aspectos físicos do leite, com presença de grumo, mudança de textura e cor, diminuição na produção, presença de edema no quarto mamário afetado;
  • GRAU 3: Alterações nos aspectos físicos do leite, com presença de grumo, mudança de textura e cor, perda de apetite, febre, sem produção de leite, dificuldades de locomoção, podendo evoluir para óbito;
  • AMBIENTAL: Causada por agentes presentes no ambiente, que invadem o parênquima mamário com reações de grau 3 citado anteriormente. Normalmente por se tratar de infecções imediatas e de curta duração, não causa alterações na CCS;
  • CONTAGIOSA: Geralmente é causada por agentes adaptados a glândula mamária, ou até mesmo agentes ambientais que se adaptam e passam a ser transmitidos de animal para animal. Apresenta reações de grau 1 com raros casos de grau 2;
  • CRÔNICA: Se trata de uma inflamação que se mantém com CCS alta por motivos de resistência a quimioterápicos e adaptabilidade do patógeno ao parênquima mamário, além de transmitir para outros animais em lactação.

Saiba a importância de identificar o perfil microbiológico da propriedade

A identificação dos agentes causadores de mastite em cada propriedade está relacionada à eficiência do tratamento que será usado.

Hoje já estão disponíveis no mercado ferramentas de identificação rápida na propriedade. São estruturas de fácil manejo e rápido diagnóstico, auxiliando principalmente na tomada de decisão sobre se a mastite será ou não tratada.

Estudos comprovam que a tomada de decisão frente a necessidade de tratar ou não a mastite, pode levar a uma economia de 80% dos gastos relacionados com tratamentos em fazendas leiteiras. Entre 20 a 40% das mastites clínicas são negativas na cultura, o que torna desnecessário o uso de quimioterápicos.

Aprenda como fazer o controle de mastite em bovinos

A prevenção e o controle da mastite em vacas leiteiras estão relacionados às atitudes do produtor dentro da fazenda frente as ferramentas de manejo, tais como:

  • Higiene dos equipamentos e utensílios de ordenha, usando produtos nas quantidades corretas indicadas pelo fabricante e também as temperaturas corretas de cada ciclo de limpeza;
  • Higiene pessoal dos colaboradores, que muitas vezes reflete na eficiência em manter um rebanho saudável, principalmente no caso da mastite, pois o ordenhador pode ser uma das principais fontes de disseminação da mastite contagiosa;
  • Manejo adequado das instalações de ordenha e sala de leite, além de cuidado com onde se descarta os dejetos gerados nesses ambientes, para que sejam tratados e não tenham qualquer contato com os animais e não agridam o meio ambiente;
  • Cuidados com instalações onde os animais ficam alojados e se alimentam, mantendo-as secas e confortáveis;
  • Cuidados com a qualidade da água fornecida aos animais e usada na limpeza das instalações, equipamentos e utensílios de ordenha;
  • Manejo de camas e dejetos, se atentando à destinação dos dejetos líquidos e à compostagem dos sólidos;
  • Manter os animais bem alimentados com dieta balanceada, atendendo todas as necessidades dos animais para que não entrem em balanço energético negativo, que pode levar à perda de imunidade, abrindo portas não só para mastite, mas também para outras enfermidades;
  • Fazer corretamente o controle sanitário do rebanho através do calendário de vacinas.

Todas estas medidas mantêm os animais em equilíbrio imunológico, ajudando na prevenção e controle da mastite em vacas leiteiras e várias outras enfermidades, além de também afetarem positivamente a produção e a qualidade do leite, a longevidade do rebanho e a rentabilidade e tempo de prateleira de seus derivados.

Lembrando que um rebanho bem manejado e saudável tem menos chances de sofrer com desafios e imprevistos que venham ocorrer ao longo do ano e de toda a vida produtiva dos animais.

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