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RELAÇÃO AMBIENTE E DOENÇAS RESPIRATÓRIAS

A relação entre meio ambiente e doenças do sistema respiratório tem sido discutida há muitos anos (PIFFER et al., 1983), devido às perdas econômicas ocasionadas por essas enfermidades. Straw (1983) demonstrou pioras no ganho de peso diário, e segundo Piffer et al. (1985), a cada 10% do parênquima pulmonar afetado há uma redução de 9,3% no desenvolvimento dos animais, podendo chegar a 14,7% quando associada à pleurisia. Neto & Lowenthal (1989) encontraram uma diminuição no ganho de peso dos animais com lesões de pneumonia e rinite atrófica, que correspondeu a cinco dias adicionais para atingir o peso de abate. Atualmente, mesmo com instalações modernas e manejos aprimorados, o desafio e as perdas com as doenças respiratórias ainda afetam a produção de suínos causando prejuízos. Estima-se que para cada 1% de lesão pulmonar há uma diminuição de 1,8 g no ganho de peso diário em suínos de terminação, e que, animais com menos de 15% de lesões pulmonares possuem um ganho de U$ 6,55 por animal ao abate comparado a animais com maior percentual de lesão (FERRAZ et al., 2020). Além das variáveis ambientais, outros fatores podem estar associados a doenças respiratórias, como: falhas nutricionais, erros de manejo, instalações de baixa qualidade, presença de situações estressantes e doenças imunodepressoras. Estes fatores afetam primeiramente o trato respiratório superior, prejudicando os mecanismos de defesa das narinas e consequentemente a filtração de partículas infecciosas e poluentes suspensos do ar. Além disso, pode ocorrer prejuízo ao processo de umidificação e aquecimento do ar inalado, favorecendo o surgimento da doença clínica na produção de suínos (BARCELLOS et al., 2008). Diante disso, novos estudos vêm sendo desenvolvidos a fim de avaliar o impacto do ambiente na saúde respiratória dos animais e no seu desempenho. Recentemente, um estudo comparou lotes de suínos terminados em uma granja de ventilação mecânica com uma granja de ventilação natural, e observou-se que a granja com ventilação natural possuía um ambiente com menor conforto térmico, e maior detecção de gás carbônico e amônia nas instalações. Além disso, a chance de se obter amostras soropositivas para Influenza A foi 3,17 maior na unidade ventilada naturalmente (P = 0,003), com ganho médio diário melhor na unidade ventilada mecanicamente com acréscimo de 9,2 g/dia (CHANTZIARAS et al., 2020).  Michiels et al. (2015) verificaram que tanto a amônia quanto as partículas suspensas no ar causam efeitos diretos na saúde respiratória dos suínos. No caso da amônia, concentrações crescentes no galpão resultaram em maior chance de lesões de pleurisia (OR = 21,54; P = 0,003), e também maior chance dos animais serem positivos através de PCR em amostras nasais para M. hyopneumoniae (OR = 70,39; P = 0,04 na primeira metade da terminação e OR = 8275,05; P = 0,01 na segunda metade). Além dos gases, a temperatura e a sazonalidade também influenciam a saúde respiratória dos animais, podendo deixá-los mais susceptíveis a determinadas infecções. Com base nisso, Fréderic et al. (2021) buscaram determinar a prevalência de diferentes patógenos causadores do complexo respiratório suíno e suas variações durante diferentes estações, incluindo correlações com as condições climáticas locais. Entre os resultados obtidos, os autores observaram uma maior prevalência de patógenos respiratórios, incluindo M. hyopneumoniae, durante a estação de inverno em suínos de terminação. Encontraram também uma associação dos agentes com as condições climáticas, no qual a variação de temperatura foi negativamente associada a PRRSv-1 (OR = 0,921), PCV2 (OR = 0,834) e M. hyopneumoniae (OR = 0,818). Já, a direção do vento foi positivamente associada a M. hyopneumoniae e PCV2 (OR = 1,026), e negativamente associada a PRRSv (OR = 0,981) (P < 0,0001).  Na tentativa de minimizar os problemas ambientais nas instalações, para movimentar e eliminar partículas de aerossóis poluentes suspensos no ar, a ventilação é um mecanismo utilizado. Porém, existe a necessidade de ajuste na regulagem dos níveis de ventilação, pois em excesso pode gerar correntes de ar e criar um ambiente frio para os leitões. No entanto, a estagnação do ar leva ao acúmulo de pó, gases, bactérias em suspensão e endotoxinas no interior dos galpões (BARCELLOS et al., 2008). No Brasil, o ajuste geralmente é feito pelo manejo manual das cortinas e muitas vezes é mal realizado, gerando grandes flutuações térmicas diárias na instalação e acúmulo de gases. A realização de um controle ambiental adequado nas instalações de suínos com o uso de termômetros para medição de temperatura e medidores de gases para monitorias frequentes é de extrema importância para mitigar fatores associados ao aparecimento de doenças respiratórias. Autora: Julia Montes | Coordenadora Técnica Suínos – INATA Biológicos.

Mycoplasma gallisepticum na avicultura de postura: impactos e soluções

   Na avicultura industrial, dentre os vários agentes associados à síndrome respiratória encontrados a campo, ressalta-se o Mycoplasma gallisepticum (MG), responsável por grandes prejuízos econômicos significativos dentro do setor, relacionados à perda do desempenho zootécnico e o alto custo com tratamento do lote.   O MG tem predileção pelo trato respiratório, causando ciliostase e colonização celular no epitélio bronquial. Após ligar-se às células da mucosa através das proteínas de adesão, observa-se uma destruição ciliar inibindo a síntese proteica e de DNA, reduzindo assim a quantidade de muco produzida e desencadeando uma resposta inflamatória (Umar, S. et al.,2017). O MG, então, cai na corrente sanguínea e tem acesso aos órgãos reprodutivos, podendo infectar os ovos e ser transmitido via vertical no caso de aves reprodutoras, propagando-se para a prole. Outra importante via de transmissão, talvez a mais comum, se dá por meio do contato direto entre aves infectadas, aerossol e fômites contaminados (Yoder Júnior, 1997).   Os sinais clínicos observados vão de espirros, estertor pulmonar, secreção nasal, conjuntivite e até mesmo cabeça inchada em associação com outros agentes, como por exemplo Escherichia coli, conforme citado por Ferguson-Noel et al (2012). Dessa forma, as aves acometidas apresentam uma doença respiratória crônica (DRC), passam por uma redução do consumo de ração e consequente perda de peso, impactando na uniformidade do lote, mortalidade e na produção de ovos, gerando uma menor disponibilidade desses no mercado.    À necropsia de aves infectadas observa-se lesões de traqueíte, sinusite e aerossaculite discretas à acentuadas com formação de exsudato caseoso (Fotos 1, 2 e 3). Foto 1 – Traqueíte moderada. Fonte: acervo INATA Foto 2 – Aerossaculite torácica acentuada. Fonte: acervo INATA Foto 3 – Aerossaculite com exsudato caseoso. Fonte: acervo INATA Órgãos reprodutivos também podem ser afetados, observa-se uma regressão ovariana e queda de produção.   Os impactos econômicos são grandes, uma vez que com a queda de postura, aumento de mortalidade ocasionadas pela doença, custos adicionais com tratamento e diagnóstico, geram um grande prejuízo ao produtor. Além disso, aves que receberem o tratamento com antibióticos e estiverem em produção, terão seus ovos descartados durante o período de medicação e carência, conforme o PNCR (MAPA,2017).   Diagnosticar o Mycoplasma gallisepticum é essencial para conter sua propagação. Os métodos incluem teste de PCR, isolamento bacteriano e sorologia, através da soroaglutinação rápida (SAR), da Inibição da hemaglutinação (HI) ou ELISA. A identificação precoce permite a aplicação de medidas eficazes de controle, como ajuste do programa vacinal e até mesmo o tratamento com antibióticos do grupo dos macrolídeos, mais indicados contra esse agente. Após a confirmação de uma cepa de MG de campo na granja, deve-se implementar um programa vacinal eficiente que contemple vacinas vivas e inativadas, sendo necessário uma avaliação de caso a caso.   Embora tenhamos no mercado uma variedade de vacinas que possam ser utilizadas para o MG, investimentos em biosseguridade são fundamentais, ou seja, caso seja utilizado somente apenas uma via será ineficiente. Portanto, a desinfecção constante das instalações, cuidado no trânsito dos equipamentos dentro da granja, acompanhamento sorológico dos lotes, restrição da entrada de pessoas dentro do processo, controle de roedores e insetos, barreira sanitária com banho, troca de roupas e sapatos são essenciais.    O Mycoplasma gallisepticum representa um desafio significativo na avicultura industrial e além de medidas rigorosas de biosseguridade, o diagnóstico precoce e vacinação eficiente, contribuem para o seu controle! O Inata Biológicos tem atuado juntamente com o diagnóstico e o desenvolvimento de vacinas autógenas para MG, garantindo assim uma resposta eficiente e a longo prazo! Entre em contato conosco! Autor: Guilherme Baldissera – Médico Veterinário / Consultor Técnico Comercial – Aves de Postura Referências bibliográficas: Ferguson-Noel, N., Victoria, A.L. and Farrar, M. 2012. Influence of swabmaterial on the detection of Mycoplasma gallisepticum and Mycoplasma synoviae by real-time PCR. Avian Diseases 56: 310- 314. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento [MAPA]. 2017. Instrução Normativa nº 09, de 21 de fevereiro de 2017. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, 08 mar 2017Umar, S. et al. 2017. Mycoplasmosis in poultry: update on diagnosis and preventive measures. World’s Poultry Science Journal, Vol. 73. Yoder Júnior, H.W. 1997. Mycoplasmosis. In: Calnek, B.W.; Barnes, H.J.; Beard, C.W.; Reid, W.M.; Yoder Júnior, H.W. Diseases of poultry. Ames: Iowa State University Press, 1997. p.197-235.

VACINAÇÃO MASSAL PARA INFLUENZA A EM SUÍNOS

Após a entrada do vírus da Influenza A (H1N1) em 2009 no Brasil, a população suína apresentou surtos de H1N1 associados a doenças respiratórias, localizados principalmente nas principais regiões de produção de suínos (sul, centro-oeste e sudeste) do Brasil (NELSON et al., 2015). As perdas econômicas em consequência do seu aparecimento nas granjas suínas têm sido relatadas em todo mundo e podem variar entre US$ 3,23 e US$ 10,23 por leitão produzido. A doença é caracterizada por um quadro clínico respiratório agudo, acometendo grande número de suínos de várias faixas etárias, sendo considerado como o principal agente etiológico associado ao Complexo das Doenças Respiratórias dos Suínos (SCHAEFER et al., 2013).  O surgimento do vírus H1N1 é um rearranjo entre vírus suíno e aviário, e desde então, a transmissão recorrente do vírus da Influenza A de humanos para suínos, conhecidos como eventos de zoonose reversa, foram observados em todos os continentes se espalhando na população suína (SOUZA et al., 2018). A vacinação é um ponto importante para o controle do vírus da Influenza A, porém, pela capacidade do vírus de realizar mutações pontuais e rearranjos, chamados de “drift” e “shift” antigênicos, há grandes desafios em seu uso. Quanto maior a semelhança da vacina com a cepa infecciosa a campo, melhor é a resposta imune (CARRAT et al., 2007). Por este motivo, as vacinas devem ser continuamente atualizadas e modificadas para corresponder às cepas circulantes.  A hemaglutinina é a proteína viral mais abundante presente na superfície do vírus da Influenza A, compreendendo cerca de 80% das proteínas de membrana viral e é o principal alvo para o desenvolvimento de vacinas (EVERETT et al., 2019). O uso de vacinas autógenas inativadas com cepas endêmicas para cada granja vem aumentando e pode ser uma alternativa mais eficaz comparada as vacinas comerciais (HAMISH et al., 2021). Vários protocolos vêm sendo pesquisados á fim de obter melhores resultados em sua utilização, como é o caso da vacinação das matrizes pré-parto, vacinação massal do plantel reprodutivo e vacinação dos leitões.  O uso da vacinação massal em granjas suínas nos planteis reprodutivos já foi relatado no controle de diversas doenças virais, como:  doença de Aujeszky (WILLEBERG et al., 1996), Peste Suína Clássica (GREISER-WILKE e MOENNIG, 2004), Febre Aftosa (POULIN & CHRISTIANSON, 2006), Síndrome Reprodutiva e Respiratória Suína (PRRS) (GILLESPIE & CARROLL, 2003; CANO et al., 2007), Circovirose (FENG et al., 2014), e incluindo Influenza A (CORZO et al., 2012).   No caso da Influenza A, o uso do protocolo vacinal massal diminuiu a eliminação viral tanto em matrizes como em leitões lactantes.  No caso dos leitões, essa estratégia chegou a zerar o número de animais positivos para Influenza até o desmame, após o protocolo massal completo nas matrizes (CORZO et al., 2012).  Esses resultados demonstram a capacidade deste protocolo em melhorar a pressão de infecção no plantel reprodutivo e, consequentemente nos leitões, reduzindo expressivamente a excreção viral e impactando positivamente as fases seguintes da produção.  O uso dessa ferramenta vem sendo amplamente utilizada nos EUA, principalmente com o uso das vacinas autógenas inativadas, que utilizam as cepas endêmicas especificas de cada granja. No Brasil, essa estratégia vem crescendo a cada dia e resultados positivos já podem ser observados com o uso da vacina autógena.  A Inata Biológicos é pioneira no uso de vacinas autógenas contra o vírus de Influenza A no Brasil, e traz a oportunidade de se realizar a imunização dos plantéis reprodutivos com o objetivo de reduzir a pressão de infecção e consequentemente diminuir a circulação de Influenza A nas granjas brasileiras.  Vacine já o plantel reprodutivo da sua granja e garanta os benefícios de um plantel imunizado e protegido para o inverno contra a Influenza. PLANTEL MENOS SUSCEPTÍVEL, É SINÔNIMO DE MAIOR PRODUTIVIDADE E PROMOÇÃO DE SAÚDE E BEM-ESTAR AOS ANIMAIS. Autora: Julia Montes | Coordenadora Técnica Suínos – INATA Biológicos.

Doença infecciosa da Bursa de Fabricius: Vacinas de Imuno-complexo como forma de prevenção e controle

A ocorrência de doenças causadas por agentes imunossupressores na avicultura mundial, exerce um efeito devastador em índices zootécnicos apresentados pelos lotes de aves comerciais em seus vários sistemas de produção. Devido ao seu modo de criação com altas densidades, a presença desses agentes no ambiente estão cada vez mais frequentes na cadeia avícola e com isso problemas econômicos se tornam mais evidentes. Dentre os agentes infecciosos imunossupressoras das aves, como Vírus de Marek, Reovírus, Leucose Linfoide, Virus da anemia infecciosa das galinhas (CAV), Aviadenovírus, Astrovírus, a Doença Infecciosa da Bursa (DIB) causada pelo vírus de Gumboro é um dos agentes que mais causam impactos econômicos na indústria avícola. Isso decorre do fato da DIB atingir diretamente um importante órgão linfoide primário a bursa de Fabrícius, com isso possui como característica comprometer significativamente a resposta imunológica mediada pelos linfócitos B, por meio da produção de anticorpos. Com esse processo de infecção as aves afetadas com o vírus de Gumboro respondem de forma deficitária a procedimentos de vacinações, e ficam mais suscetíveis a doenças, devido ao déficit de produção de anticorpos específicos pós procedimentos de imunização. Isso leva a prejuízos econômicos significativos para o sistema de criação, como quadros de refugagem e desuniformidade, elevação da mortalidade e aumento de condenações no abatedouro devido a coinfecções com outros agentes infecciosos, como por exemplo a Escherichia coli. Portanto uma das medidas mais eficiente dentre as estratégias de controle da enfermidade é a vacinação. Quando analisamos processos de imunização de matrizes, os anticorpos maternais possuem um papel muito importante na proteção dos pintinhos nos primeiros dias, mas em determinada etapa de sua criação esses anticorpos chegam a níveis mínimos, assim deixando as aves susceptíveis a desafios clínicos. Por outro lado, os anticorpos maternais exercem efeito neutralizante sobre a cepa vacinal, limitando a eficácia das vacinas vivas convencionais em planteis de frangos de corte nos primeiros dias de vida. Em decorrência dessas características, novas tecnologias vêm sendo implantadas na avicultura, como por exemplo os procedimentos de vacinação in ovo, com utilização de vacinas imuno-complexo (antígeno-anticorpo) e vacinas recombinantes para o controle da doença de Gumboro. Com essas novas ferramentas as vacinações com cepas vivas convencionais, estão sendo utilizadas apenas para casos extremamente específicos, em que é necessária dose de reforço. A tecnologia da vacina do tipo Imuno-complexo, produzida pela mixagem, em proporções bem definidas, da estirpe vacinal com anticorpos específicos contra a doença de Gumboro produzidos em aves livres de patógenos específicos (SPF). O processo de imunização com a utilização dessas novas tecnologias, podem ser realizados no incubatório via in ovo ou de forma subcutânea, facilitando os procedimentos de manejo e trazendo uma proteção maior a lotes de frangos de corte. Mas qual a forma de atuação das vacinas do tipo Imuno-complexo? Após a aplicação da vacina in ovo, a mesma é absorvida pelo embrião através do líquido amniótico, onde após esse procedimento, a vacina é carreada pelos macrófagos através do sistema circulatório. Após a chegada da vacina nos órgãos linfoides, o procedimento de reconhecimento imunológico se faz por meio dos macrófagos, que internalizam o complexo antígeno anticorpo, levando a uma multiplicação contínua; e as células dendríticas, que aderem ao complexo antígeno anticorpo, por meio de uma ligação iônica, conforme citado na literatura. Assim que a imunidade materna das aves começar a cair, o vírus vacinal emerge dos macrófagos e devido a ligação anteriormente citada em células dendríticas, o vírus vacinal se torna livre, onde o mesmo realiza a colonização da bursa de Fabricius. Esse tipo de vacina acaba disponibilizando, para cada ave, uma vacinação de maneira específica, à medida que a imunidade materna cai, a vacina complexo imune vai gerando resposta, uma vez que a transferência passiva de anticorpos maternais também é individualizada. Isso proporciona uma menor vulnerabilidade em comparação com as vacinas convencionais. Outro aspecto importante dentro das vantagens das vacinas de Imuno-complexo é o fato de a imunidade ser induzida por um vírus vivo. Dessa forma, além da vacina imunizar a ave, ela também “imuniza o ambiente” e produz um efeito conhecido como “esfriamento do galpão”, após a vacinação de sucessivos lotes, conforme citado na literatura. Este efeito somente é possível em vacinas com vírus vivo, pois o vírus de campo vai sendo substituído pela cepa vacinal. O controle efetivo das doenças imunossupressoras, como a doença de Gumboro, envolve o uso inteligente da imunidade materna nas primeiras semanas de vida da ave e a eficaz e adequada imunização ativa para uma proteção completa do lote. A prevenção da doença de Gumboro é passo importante para a preservação da integridade imune, com o objetivo de evitar imunossupressão, mortalidade e prejuízos econômicos em aves comerciais. As vacinas de Imuno-complexo representam um grande avanço na prevenção da doença de Gumboro, já que aliam praticidade, segurança e eficácia. A INATA traz como solução para doença de Gumboro a vacina oleosa inativada MATRIVAC 7, vacina a qual pode ser utilizada em matrizes leves e pesadas e que possui em sua composição duas cepas para a prevenção da doença, a cepa Winterfield 2512 e a cepa nacional G15, sendo que essa última possui uma maior prevalência nos planteis avícolas brasileiros (foto 1 e 2). Outro produto que a INATA traz como alternativa para controle da doença é a vacina viva IMUPLEX, vacina de imuno-complexo para imunização de matrizes e frangos de corte, sendo utilizada no incubatório com forma de aplicação in ovo e por via subcutânea. INATA proteção na medida certa!   Foto 1: Prevalência de cepas isoladas de Gumboro no Brasil. Foto 2: Frequência das cepas isoladas nas infecções de campo de Gumboro.   Autor: Cesar Junior Poletto – Médico Veterinário / Assistente técnico Comercial – INATA Biológicos. Referências bibliográficas: Balaguer, JL (2012). 1st Biological Scientific Forum – Poultry,19-21 June 2012 – Budapest, Humgary Baxendale, W. and D. Lutticken. 1981. The results of field trials with an inactivated Gumboro vaccine. Dev Biol Stand 51:211–219 Bygrave, A. C. and J. T. Faragher. 1970. Mortality associated and Gumboro disease. Vet Rec 86:758–759. Muniz, E., Salles, G. 2020. Importância das

Escherichia coli: um agente oportunista?

Escherichia coli é uma bactéria pertencente à família Enterobacteriaceae, com formatode bastonete, gram negativa, não esporulada e anaeróbica facultativa. Tipicamente colonizatrato intestinal de várias espécies, incluindo humanos, mamíferos e aves. Porém, ao se falar daE.coli patogênica de aves (APEC), diversas lesões extraintestinais que incluem aerossaculites,pericardites, perihepatites, onfalites, celulites, sinovites e síndrome da cabeça inchada podemestar diretamente associadas a essa bactéria. Uma das principais causas de mortalidade em plantéis avícolas é a colibacilose (acimade 20% em alguns casos). Em aves de postura há relatos de até 36% de prevalência desse tipode infecção em alguns lotes, o que leva muitas vezes às lesões extraintestinais já citadas aqui.Sob o ponto de vista do impacto no desempenho zootécnico das aves, essa doença pode afetarnegativamente a conversão alimentar (em torno de 2,7%) e a produção de ovos (quedas de até20%). Mais especificamente no Brasil, considerando apenas condenações em abatedouros, sãoestimados prejuízos anuais em torno dos 10 milhões de reais causados pela E.coli APEC. Essa bactéria pode atuar como agente oportunista em casos de infecções por outrosagentes que causam lesões no trato respiratório superior (vírus da Bronquite, Mycoplasmagallisepticum). Estas infecções primárias contribuem para o desenvolvimento da colibacilose nasaves através da diminuição da ação das barreiras das vias respiratórias superiores, bem como aexposição à poeira e amônia. No entanto, é importante ressaltar que, em vários experimentos,as cepas virulentas da E.coli APEC foram o único agente etiológico envolvido, participando,portanto, como agente primário. Capacidade de adesão, invasão, produção de toxina, sobrevivência e aquisição de ferrosão fatores ligados à patogenicidade das cepas de E.coli APEC. Existem relatos de mais de 40fatores associados à colonização do hospedeiro (adesinas/invasinas), à sobrevivência noambiente extraintestinal (sistemas de captação de ferro) e ao escape das defesas do hospedeiro(celular e humoral). Além disso, a capacidade de evolução de E.coli por transferência horizontalde genes entre cepas auxilia a adaptação em novos ambientes e contribui também para acapacidade de aquisição dos fatores de virulência citados acima. O tempo entre infecção e início dos sinais clínicos é variável, geralmente de 1 a 7 dias,de acordo com a virulência e a quantidade do agente presente. Morbidade e mortalidadetambém variam bastante pelos mesmos motivos. Como medidas de prevenção e controle, a associação entre medidas inespecíficas demanejo (devido aos aspectos multifatoriais que podem desencadear a doença como ambiência,nutrição e procedimentos operacionais) e a utilização de vacinas específicas (autógenas) podemauxiliar a minimizar os danos causados por essa doença. Portanto, a E.coli é responsável por grandes prejuízos econômicos na aviculturaindustrial, uma vez que impacta tanto em mortalidade quanto em desempenho das aves, alémdo custo com profilaxia e tratamentos. A estratégia a ser adotada para controle da doença écrucial para a viabilidade da atividade avícola.   Por: Victor Minoru – médico veterinário