Com o primeiro caso em tilápias relatado no mês de julho de 2020, na represa de São Simão, em Goiás, o vírus ISKNV (Infeccious Spleen and Kidney Necrosis Virus) vem tomando força e preocupando cada vez mais os cultivos de tilápia em todo território nacional. O vírus acomete principalmente as formas jovens de tilápias, causando mortalidade variável entre 50% e 75% dos animais infectados.
Desde sua primeira notificação, muitos outros casos nos estados de Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Bahia, Mato Grosso do Sul e Goiás surgiram, a partir daí os produtores tem tomado medidas de biosseguridade com a intenção de reduzir as possibilidades de serem impactados com situação emergente do vírus.
Características do vírus
O vírus pertence à família Iridoviridae e faz parte do gênero Megalocytivirus, já foi isolado em peixes de água marinha e água doce, contém genoma de DNA de fita dupla e são vírus grandes que tem tamanho entre 140 – 200 nm, ele atinge células que são responsáveis pela imunidade dos peixes, debilitando-as e deixando os animais mais susceptíveis á outras doenças, como doenças bacterianas por exemplo.
Não se trata de um vírus que é transmitido entre animais e pessoas, portanto não é uma zoonose, então o consumidor final não deve ficar preocupado com o recente aparecimento do vírus, o seu impacto é de relevância produtiva, sendo preocupante para os produtores de tilápia.
A disseminação ocorre pela introdução de animais já contaminados na propriedade e/ou pela própria água do cultivo, passando de um animal doente para um animal sadio.
Sinais clínicos e alterações
Em tilápias, trata-se de uma doença muito silenciosa e por acometer o sistema imunológico dos peixes, grande parte das vezes quando identificada já é tarde e temos outros patógenos envolvidos na mortalidade e na sintomatologia.
De maneira geral os sinais clínicos não são aparentes quando em etapas iniciais de infecção, porém em fases mais avançadas podemos observar atrofia do baço, hemorragia e palidez deste órgão. Alterações hemorrágicas no intestino, ascite, letargia e palidez branquial também são notadas, porém podem ser confundidas com as alterações causadas por patógenos oportunistas que aproveitam do sistema imune debilitado, como citado acima.
Um bom indicativo é a mortalidade dos lotes, principalmente quando não se consegue identificar a causa dessa mortalidade através de padrões de patógenos conhecidos que já existiam na propriedade, sendo necessário uma maior investigação e confirmações através de exames laboratoriais para a certeza da presença do vírus.
Diagnóstico
Hoje os testes de PCR junto ao exame histopatológico no Brasil já estão sendo amplamente utilizados no diagnóstico e identificação do vírus, lembrando que um bom estudo epidemiológico e a realização de um monitoramento constante é a chave para identificar de forma correta a presença do vírus na propriedade e desta forma tomar medidas estratégicas para controle do patógeno.
Prevenção e controle
Nos dias de hoje, medidas de prevenção como limpeza e desinfecção das instalações, equipamentos, vestimentas, veículos e embarcações são indicadas, sendo estas, medidas que se não realizadas com os produtos corretos e de maneira correta podem manter o vírus por muito tempo presente no ambiente, além disso, o maior meio de transporte do vírus, a água, não pode ser desinfectada se pensarmos em uma realidade de cultivo brasileiro.
Outra medida, mais eficaz e de caráter biológico, é a vacinação dos animais jovens visando estimular o sistema de defesa dos peixes para quando se depararem com o vírus e com um segundo intuito, de reduzir a pressão sanitária na propriedade, neste cenário, quanto mais animais vacinados e protegidos diante do vírus, menor a chance de os animais serem portadores e transmitirem o vírus para lotes adjacentes, bem como para novos lotes que serão introduzidos.
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